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| Jorge Barbosa |
domingo, 5 de novembro de 2023
Escola Inclusiva - Um problema com futuro
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Da necessidade do tempo estendido
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| A gravura com a imagem de Eugénio de Andrade foi extraída do site da Livraria Bertrand |
Convém então perguntar: Será que o que sentes, vês, ouves..., merece essas palavras? São essas as palavras capazes de mostrar tudo isso?
Em tudo na vida, como diria Jorge Carrión o que mais nos merece, dispensa-nos a pressa de chegar, pede-nos um tempo estendido: "o desejo não pode ser imediatamente saciado - diz Carrión -, porque então deixa de ser desejo, transformar-se em nada"*. Ou como escreveu Vergílio Ferreira, “o desejo alcançado não esgota o desejar”.**
Daniel Lousada
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* in "Contra a Amazon e outros ensaios sobre a humanidade dos livros".
** in “Pensar”
terça-feira, 10 de outubro de 2023
A Pedagogia e o Digital: ferramentas para decidir
1. O uso das tecnologias digitais pode contribuir para a emergência do pensamento, desde que a horizontalidade das trocas que promovem não exclua a procura da verdade.
2. O uso das tecnologias digitais pode contribuir para a emergência do pensamento, desde que o imediatismo que elas promovem não exclua a exigência da pausa que permite a reflexão.
3. O uso das tecnologias digitais pode contribuir para a emergência do pensamento, desde que a educação tenha como objectivo ajudar os alunos a ingressar no simbólico.
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É preciso fazer uma pergunta simples que, por si só, nos pode permitir identificar algumas chaves para a acção quotidiana, que ao mesmo tempo nos ajuda a focarmo-nos no que importa: em que condições o uso das tecnologias digitais nas escolas pode contribuir para o desenvolvimento do pensamento?
É claro que raciocinar assim é ignorar o paradoxo que está no cerne de todas as políticas culturais, já apontado por Bourdieu no seu estudo sobre os museus: o simples aumento da oferta aumenta as desigualdades porque se apoia na procura daqueles que têm o capital simbólico, para desejar apropriar-se dos bens culturais assim oferecidos. E tanto mais que, no caso da Internet, ignoramos também a natureza da "investigação" que aquela oferta permite.
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
Digital e Modernização Educativa
A propósito de "Educação, reforma do ensino e fim dos livros em papel", publicado em >>>
A utilização do digital na sala de aula, não define, por si só, a modernidade dos processos de trabalho praticados, embora haja quem defenda que instrumentos mais evoluídos possam ser factor determinante na mudança para práticas de trabalho mais eficazes.
Não é pela fraca utilização do digital na sala de aula que Portugal tem, eventualmente, uma educação do século XIX, mas porque a organização do trabalho de aprendizagem dos alunos tem evoluído muito pouco desde então. Atualizando o que Freinet e Salengros escreveram em "Modernizar a Escola" (1960), um instrumento do século XIX também é do século XXI se responder aos seus desafios [*] O livro, só por ser digital, não melhora a qualidade da aprendizagem e do ensino, se não se ensinarem os alunos (e, já agora, os professores) a tirar partido de todas as suas potencialidades. Mais ainda, se não for garantida a qualidade do digital para todos os utilizadores, qualquer que seja o seu poder económico (coisa que a pandemia revelou não ser fácil de garantir), as desigualdades tendem a aprofundar-se. Enquanto não se garantir a qualidade do digital para todos, não se metam em "guerrinhas" com o livro em papel.
Já no que diz respeito aos instrumentos de escrita, enquanto estes não permitirem uma escrita à mão igual ou superior, NÃO SE METAM COM O PAPEL. Pelo menos com as crianças do ensino básico.
Daniel Lousada
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[*] Ler a propósito, "Inovação ou o jia visto pintado com outras cores?" >>>




