quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Porque é preciso romper com a ideologia do bem-estar na educação *


Uma educação emancipatória não pode fazer parte do paradigma do «desenvolvimento pessoal». Ela remete para outro paradigma, o da «superação colectiva». Este é um paradigma que surge na Carta de Stans de Pestalozzi, é desenvolvido por Korczak e Makarenko, cresce a partir do trabalho de Célestin e Élise Freinet e é trabalhado no âmbito da Pedagogia Institucional. Podem ser encontrados vestígios no movimento da Educação Nova, mas este último permanece profundamente ambivalente em relação a ela: a metáfora hortícola (Hameline, 1986) é ainda frequentemente dominante e actua como um importante obstáculo epistemológico no acesso a práticas educativas emancipatórias. Quanto ao discurso pedagógico contemporâneo, quer seja «mainstream» ou pretenda ser científico, nem sempre escapa ao naturalismo do já existente, e é, sem dúvida, um dos maiores desafios, hoje, das ciências da educação, de clarificar a importância de uma ruptura epistemológica com o paradigma do «desenvolvimento pessoal» e a ideologia do bem-estar que o acompanha.» CONTINUAR A LEITURA >>>

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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Ainda os manuais escolares reutilizáveis

Daniel Lousada

O manual escolar não é «um historial de apontamentos» como sugere um leitor do Público, em «carta ao director» deste jornal, em defesa dos argumentos de Vasco Teixeira, um dos donos da Porto Editora, contra os manuais escolares reutilizáveis.

«O manual escolar não pode ser um manual de cristal», é certo. Mas isto não significa (não pode significar) que deva ser transformado em sebenta.

Se quisermos que as crianças do 1º ciclo tenham o seu «historial de apontamentos» (e é importantíssimo que o tenham) ensinem-las a construí-lo: em diários de actividades; em registos de realizações bem conseguidas; em registos de perguntas que a leitura dos textos lhes suscitam; na organização de portefólios...

O manual escolar é um instrumento de trabalho que, como qualquer outro instrumento, quando é adoptado (e há professores do 1º ciclo que não adoptam manuais escolares) também é para ser partilhado.

LER TAMBÉM: Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizáveis?

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Deve-se ou não se deve ensinar a ler e escrever na pré-escola?[*]


A polémica sobre a idade óptima para o acesso à língua escrita já ocupou milhares de páginas. O que se segue é uma contribuição — necessariamente fragmentária e apenas esboçada — para ajudar a responder à indagação que serve de título, já que hoje estamos em condições de afirmar que essa polémica foi mal colocada, por ser falso o pressuposto no qual se baseiam as posições antagónicas. CONTINUAR A LER>>>

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[*] in Reflexões sobre alfabetização, Cortez Editora, pp. 96-103

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Escola para amanhã [*]

Uma conversa com Sérgio Niza que, passados 50 anos, mantém ainda a sua actualidade [Disponível em PDF>>>]

O autêntico saber, ou o verdadeiro conhecimento, se quisermos, adquire-se na resolução das contradições da vida prática, e o mais é discurso. Assim, e inevitavelmente, as pessoas sempre terão sido obrigadas a construir, ou reconstruir, a sua permanente educação. A escola tendo entendido, por pressão histórica, essa antiquíssima realidade, verificou que a perspectiva de planeamento a estabelecer deveria apontar para uma educação permanente adentro das várias instituições escolares.
(...)
Perante a inoperância das instituições de ensino, só restava à escola ocupar a infância como momento mais maleável de desenvolvimento como essência: técnicas de leitura dos objectos culturais, construindo uma didáctica que forneça aos educandos as estruturas matrizes de qualquer conhecimento formalizado. SEGUIR PARA A ENTREVISTA COMPLETA >>>

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