Haverá questões cujo tratamento seja vedado à escola, de reserva exclusiva das famílias como pretendem alguns? – Interroga-se Ana Maria Bettencourt * –. Associo-me às suas preocupações e dou comigo a questionar-me, não sobre o conteúdo mas sobre a forma da disciplina de “Educação para a Cidadania”.
Polémicas à parte, que a abordagem de um ou outro conteúdo levanta, tenho uma dificuldade enorme em ver uma área com esta importância tratada como qualquer outra disciplina, com conteúdos listados num programa, que se descarregam ao ritmo marcado num horário [todas as semanas, naquele dia, àquela hora]. E tenho mais dificuldade, ainda, em vê-la avaliada de acordo com critérios de avaliação que dão direito a negativa, porque não se sabe a matéria, e que, por via disso, se pode reprovar. Até porque o que se impõe na educação para a cidadania não é apenas uma reforma dos currículos [elencando cada vez mais e mais conteúdos] mas que se convoque a pedagogia. É que, nesta área, o que é determinante, não se aprende de ouvido. Pedagogia, sempre a pedagogia, tão necessária no debate educativo e, estranhamente, quase sempre ausente.
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* "Educação para a Cidadania - Tentativas, fracassos e sucessos". Disponível na página de Inquietações Pedagógicas >>>
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