quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Porque é preciso romper com a ideologia do bem-estar na educação *
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Ainda os manuais escolares reutilizáveis
Daniel Lousada
O manual escolar não é «um historial de apontamentos» como sugere um leitor do Público, em «carta ao director» deste jornal, em defesa dos argumentos de Vasco Teixeira, um dos donos da Porto Editora, contra os manuais escolares reutilizáveis.«O manual escolar não pode ser um manual de cristal», é certo. Mas isto não significa (não pode significar) que deva ser transformado em sebenta.
Se quisermos que as crianças do 1º ciclo tenham o seu «historial de apontamentos» (e é importantíssimo que o tenham) ensinem-las a construí-lo: em diários de actividades; em registos de realizações bem conseguidas; em registos de perguntas que a leitura dos textos lhes suscitam; na organização de portefólios...
O manual escolar é um instrumento de trabalho que, como qualquer outro instrumento, quando é adoptado (e há professores do 1º ciclo que não adoptam manuais escolares) também é para ser partilhado.
LER TAMBÉM: Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizáveis?
terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Deve-se ou não se deve ensinar a ler e escrever na pré-escola?[*]
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025
Escola para amanhã [*]
(...)
Perante a inoperância das instituições de ensino, só restava à escola ocupar a infância como momento mais maleável de desenvolvimento como essência: técnicas de leitura dos objectos culturais, construindo uma didáctica que forneça aos educandos as estruturas matrizes de qualquer conhecimento formalizado. SEGUIR PARA A ENTREVISTA COMPLETA >>>
domingo, 9 de fevereiro de 2025
«Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizáveis?»[1]
À pergunta «Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizados?», Vasco Teixeira responde que «no 1º ciclo é um erro que os livros não tenham espaço para escrever, assim como na aprendizagem das línguas». Porquê? «Se for a qualquer país ver um livro de aprendizagem de inglês, ele tem espaço para escrever, porque é a forma mais eficaz de aprender»! Quer dizer, para este senhor (e a associação que representa as empresas deste sector), se o aluno realizar a proposta de trabalho sugerida, utilizando o papel e o lápis, que tem ao lado do manual, a aprendizagem não é tão eficaz. Eficaz, mesmo, só a escrita que o aluno faz no manual escolar. Porquê? Porque sim, porque é assim que se faz em qualquer país com dinheiro para alimentar o negócio.
«O escrever no livro é um guião para eles (os alunos) controlarem o espaço»! — continua Vasco Teixeira, não sei se com ou sem vergonha. Imagino — só posso imaginar, porque não assisti à entrevista — que tenha dito isto sem se rir. E a entrevistadora certamente que não atingiu a piada.
A sério, um guião para controlarem o espaço? Quem sabe, talvez, que para este senhor, quando um professor diz aos seus alunos que a resposta àquela pergunta é para ser escrita em duas ou três linhas, não está a fazer bem o seu trabalho.
É impressionante o que se consegue dizer, para defender que um manual escolar não é para ser partilhado e só deve servir a um único aluno.
Não deveria valer tudo neste negócio (e que aliás não deveria ser um negocio). Mas, ao que parece, vale.
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[1] Entrevista concedida ao Jornal Público, por Vasco Teixeira, a propósito dos vinte anos da criação da plataforma digital «Escola Virtual», pertença do grupo Porto Editora de que é co-proprietário.
sábado, 1 de fevereiro de 2025
Sobre a aprendizagem do desenho na infância – uma abordagem a partir de Vygotsky e Freinet
Para Vygotsky, o ensino das técnicas justifica-se naquela fase em que o desenho – porque não coincide com a imagem imaginada – começa a deixar de satisfazer a quem o desenha. E «só ajudando-o poderemos orientar adequadamente o desenvolvimento do desenho infantil nesta idade […] por um lado é necessário cultivar a inventividade; por outro, o processo de representação das imagens criadas pela imaginação requer conhecimentos especiais»[1]. A estes conhecimentos, atrevo-me a chamar-lhes a «gramática do desenho»; uma gramática que se aprende e apreende pela acção, num processo que vejo muito próximo da produção do texto. E ao desenvolvimento deste processo, não são alheios os modelos que a escola e o meio envolvente conseguem oferecer ao aprendiz. LER TEXTO COMPLETO>>>
[1] A imaginação e a arte na infância. Lisboa, Relógio D’Água Editores, 2009: p. 106.