segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Escola para amanhã [*]

Uma conversa com Sérgio Niza que, passados 50 anos, mantém ainda a sua actualidade [Disponível em PDF>>>]

O autêntico saber, ou o verdadeiro conhecimento, se quisermos, adquire-se na resolução das contradições da vida prática, e o mais é discurso. Assim, e inevitavelmente, as pessoas sempre terão sido obrigadas a construir, ou reconstruir, a sua permanente educação. A escola tendo entendido, por pressão histórica, essa antiquíssima realidade, verificou que a perspectiva de planeamento a estabelecer deveria apontar para uma educação permanente adentro das várias instituições escolares.
(...)
Perante a inoperância das instituições de ensino, só restava à escola ocupar a infância como momento mais maleável de desenvolvimento como essência: técnicas de leitura dos objectos culturais, construindo uma didáctica que forneça aos educandos as estruturas matrizes de qualquer conhecimento formalizado. SEGUIR PARA A ENTREVISTA COMPLETA >>>

_____________________________

domingo, 9 de fevereiro de 2025

«Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizáveis?»[1]

À pergunta «Não deveria produzir-se manuais escolares que pudessem ser reutilizados?», Vasco Teixeira responde que «no 1º ciclo é um erro que os livros não tenham espaço para escrever, assim como na aprendizagem das línguas». Porquê? «Se for a qualquer país ver um livro de aprendizagem de inglês, ele tem espaço para escrever, porque é a forma mais eficaz de aprender»! Quer dizer, para este senhor (e a associação que representa as empresas deste sector), se o aluno realizar a proposta de trabalho sugerida, utilizando o papel e o lápis, que tem ao lado do manual, a aprendizagem não é tão eficaz. Eficaz, mesmo, só a escrita que o aluno faz no manual escolar. Porquê? Porque sim, porque é assim que se faz em qualquer país com dinheiro para alimentar o negócio.

«O escrever no livro é um guião para eles (os alunos) controlarem o espaço»! — continua Vasco Teixeira, não sei se com ou sem vergonha. Imagino — só posso imaginar, porque não assisti à entrevista — que tenha dito isto sem se rir. E a entrevistadora certamente que não atingiu a piada.

A sério, um guião para controlarem o espaço? Quem sabe, talvez, que para este senhor, quando um professor diz aos seus alunos que a resposta àquela pergunta é para ser escrita em duas ou três linhas, não está a fazer bem o seu trabalho.  

É impressionante o que se consegue dizer, para defender que um manual escolar não é para ser partilhado e só deve servir a um único aluno. 

Não deveria valer tudo neste negócio (e que aliás não deveria ser um negocio). Mas, ao que parece, vale. 

_______________________

[1] Entrevista concedida ao Jornal Público, por Vasco Teixeira, a propósito dos vinte anos da criação da plataforma digital «Escola Virtual», pertença do grupo Porto Editora de que é co-proprietário.


sábado, 1 de fevereiro de 2025

Sobre a aprendizagem do desenho na infância – uma abordagem a partir de Vygotsky e Freinet

Daniel Lousada
LER COMPLETO EM PDF>>>

Para Vygotsky, o en­sino das técnicas justifica-se naquela fase em que o desenho – porque não coincide com a ima­gem imaginada – começa a deixar de satisfazer a quem o desenha. E «só ajudando-o poderemos orientar adequa­damente o desenvolvimento do desenho infantil nesta idade […] por um lado é necessário cultivar a inven­tivi­dade; por outro, o processo de representação das ima­gens criadas pela imaginação requer conhecimentos es­peci­ais»[1]. A estes conhecimentos, atrevo-me a chamar-lhes a «gramática do desenho»; uma gramática que se aprende e apreende pela acção, num processo que vejo muito próximo da produção do texto. E ao desenvolvi­mento deste processo, não são alheios os modelos que a escola e o meio envol­vente conseguem oferecer ao aprendiz. LER TEXTO COMPLETO>>>
_______________________

[1] A imaginação e a arte na infância. Lisboa, Relógio D’Água Editores, 2009: p. 106.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Da pedagogia como utopia

Contrariamente ao que pensam tanto os seus apoiantes como os seus opositores, a pedagogia não combina «natu­ralmente» com as utopias. Muito pelo contrário! Quer de­finamos a pedagogia, segundo a tradição etimológica, como «acompanhamento» da criança em direcção ao pre­ceptor, quer prefiramos uma definição mais conceptual, considerando-a como uma relação necessária e provisória que visa a «emergência» de um sujeito autónomo, em am­bos os casos, o que a caracteriza é o movimento: «acompa­nhamento» ou «emergência» opõem-se, de facto, a qual­quer forma de entrincheiramento. Ser «pedagogo» é, pois, recusar o confinamento e a fatalidade, lutar contra todas as formas de prisão domiciliária e todas as formas de reprodu­ção sociológica ou mimética; é, nas palavras de Kant que definem o Iluminismo, permitir a cada um de nós «pensar por si próprio» ou, como diz Pestalozzi de forma mais radi­cal, fazer com que cada um de nós possa «fazer obra de si próprio». LER TEXTO COMPLETO >>>